quarta-feira, janeiro 21, 2015

XANADU DO AMOR (3)


“Ela dá-lhe sinais contraditórios, com avanços e recuos que minam a confiança da progressão amorosa. É como se quisesse prendê-lo, sem desejar entregar-se. As mulheres…”
“Hum…”, nasalou Lotário, e uma dúvida salpicou de sombra a pele de leopardo que lhe cobria o tronco.
“Quando se encontram, ela tem sempre pressa em partir, como se cedo se fartasse da companhia ou tivesse alguém à sua espera. Ele teme-lhe as astúcias, o bate e foge com que o enleia.”
“Ele é um homem bom”, aduziu o africano.
“De bons homens está o mundo cheio”, replicou Mandrake, “e incompetentes nos lances do amor, também.”
A conversa não foi adiante, o mago sabia perfeitamente onde devia parar. Estava tudo na sua mão, era só urdir a teia.
Hojo acabava de aparecer, avantajado no seu quimono, a anunciar o jantar. Num instante,  Mandrake já estava sentado à mesa.

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