segunda-feira, janeiro 19, 2015

XANADU DO AMOR (2)


Mandrake vira-a uma vez, na primeira linha das mesas, durante um espectáculo de magia. Não teria mais de quarenta anos, o corpo era sólido, os seios pequenos. Os olhos tinham a cor da luz do céu e na boca fulgia o brilho ardente dos frutos de morder. Tinha feito voar uma pomba até à sua mesa, logo transformada em buquê de rosas, e ela dera um gritinho de surpresa, tocando as flores num gesto sensual e terno.
Ele fornecia lâmpadas e rolos de fio eléctrico para Xanadu. Fizera-se amigo de Lotário a quem insistentemente pedia, como se nunca tivesse chegado a compreender as causas, que lhe falasse da sua renúncia ao trono das Sete Nações Africanas.
O mago lembrava-se com saudade das suas aventuras passadas: a luta contra o crime, mas também de quando mediara Cupido na busca de uma mãe para o pequeno príncipe Randolph. Agora, de novo, aproximava-se do filho de Vénus. Mandrake tinha um interesse mágico pelas coitas de amor.

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