domingo, setembro 09, 2012

"ELÓI" de João Gaspar Simões (1903-1987)

Exemplo de romance psicológico, subgénero em que o que verdadeiramente importa é o “subsolo humano”- a análise dos dados da consciência das personagens e a representação do seu tempo interior, aquilo a que Bergson chamou a durée.
Se o impressionismo literário e artístico surgiu como reacção à fotografia, diz-se que o romance psicológico é uma resposta  ao cinema (mudo): - o que o cinema não pode registar é a vida profunda de uma consciência.
Este livrinho está disponível em muitas bibliotecas: um trabalho interessante do nosso pater criticus, como lhe chamou Eduardo Lourenço, que afinal, além de crítico, foi também romancista.

4 comentários:

Maria Amélia disse...

Eis, para mim, uma novidade literária que descobri durante o mês de Agosto num alfarrabista do Largo da Misericórdia, num daqueles dias de férias generalizadas, em que os arquivos estão fechados ou a meio gás e as bibliotecas te expulsam do seu seio por volta das cinco da tarde.
Claro que o título estava na lista das tuas recomendações, mas isso não diminui a surpresa. Muito boa, por acaso.

Manuel Nunes disse...

O que pode ir na cabeça de um homem!

Ricardo António Alves disse...

De quase nada me lembro, excepto o interesse com que o li na edição dos Livros de Bolso da Europa-América. Tenho de o reler. Diz-se que o «Pântano» é o melhor dele.

Manuel Nunes disse...

Olá, Ricardo. Não li "Pântano". Além deste, li "Amigos Sinceros", dedicado ao Régio, que é um diálogo entre "anima" e "animus", ou seja, entre a alma e o espírito - na verdade um diálogo entre Gaspar Simões e José Régio. É interessante por isso. O próximo que tentarei ler (não sei quando) é "Internato".